sábado, 10 de dezembro de 2011

Mãe, nesse seu ex-corpo, nessa sua ex-existência... cumpriste com mestria o que aqui viéste fazer



Trenzentas e e sessenta e cinco lágrimas se passararam desde o de o dia que eu e meus "irmãos" à entregamos a terra, para o ventre de tudo que aqui nasce,
para o chão da estrela madre:
nossos corpos deram uma volta inteira ao redor do sol
e muitas em torno de si mesmo,
nossos olhos se fecharam e se abriram
por trezentos e sessenta e cinco portas e janelas
e você aqui não mais estava

Eramos pássaros, eramos pessoas,
lascas da pedra vindas da pedra preciosa, da pedra que tinha nome,
que não tinha nome, que tinha mãos e boca, que era você,
que eram seus sete filhos e sete vezes netos e bisnetos

Desimporte de como se "morre",
você viveu transformando tudo que tocava em ouro,
em hortência, amores-perfeitos, poemas simples, desenhos...
bordados que cobriam nossas cabeças, rostos e sentimentos

Mãe, nesse seu ex-corpo, nessa sua ex-existência...
cumpriste com mestria o que aqui viéste fazer

(edu planchêz)

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