domingo, 22 de abril de 2012

sua pele é o papel onde doravante escreverei meus poemas mais significativos



"Olhai como crescem os lírios do campo! 
Não trabalham nem fiam. Pois Eu vos digo: 
Nem Salomão, em toda a sua magnificência, 
se vestiu como qualquer deles."


Rosada textura,
sua pele é o papel onde doravante escreverei meus poemas
mais significativos,
meus desejos mais exuberantes, os desejos dela...

as argimentações estelares ancestrais
nos puseram frente à frente para a mais bela história de amor
ser vivida por dois simples mortais
sob o azul das gardênias noites, sob as ventiladas alvoradas,
sob o simples café das manhãs

Vida única, a minha e a dela,
das estações do ano,
das estações do sorriso:
eu à quero porque ela me quer,
eu à quero porque esse querer por mérito nos pertence

Rosada textura,
sua face, minha face,
nossos pés refletindo nossos próprios pés,
a inteligência de nossas águas,
a sequência das cenas por nós criadas
nas carnes das esfinges eu e ela

      ( edu planchêz)

sábado, 21 de abril de 2012

Oh cidade mãe de minhas lágrimas!



  

"O Rio era uma cidade afrancesada 
que queria ser culta como Paris",
o Rio me fez esse catalizador de amores, 
esse dínamo de sentimentos absurdos,
esse estranho tão comum

Oh cidade mãe de minhas lágrimas!
Oh mar que me vê e que eu vejo!
Amo tanto, mas tanto,
que de nada adianta contar os pontos luminosos 
da abóboda celestial...

Trás de tuas ostras, oh cidade de mim, 
as perolas medievais,
os nobres trajes das rainhas princesas,
o realejo daquela canção 
imortalizda por Carlos Galhardo

Sou tão pequeno frente a tuas ilhas 
e flores adocicadas
pelos poetas
que em ti verteram-se em sementes de verdades

Cidade pequenina mãe de minhas lágrimas,
mãezinha querida,
só mesmo os meus amores e os amores de Vinícius
para destravar essas águas trancafiadas em mim
diante de tantas chegadas e partidas

             ( edu planchêz)

A gente se ama riscando fósforos na pedra da divindade azulada



Dizer que "essa" "me deixa rua deserta 
quando atravessa e não olha pra trás"...
e pouco ou nada dizer...

Sonho noite e dia com suas mãos nas minhas,
com uma estrela magnifica cobrindo as petalas 
de nossas cabeças frondosas árvores de sandalo

A gente se ama riscando fósforos 
na pedra da divindade azulada

Dias de prata, manhãs carregadas de lúcidas romãs
Meu amor é você
Meu amor tece com fios de ouro os lençóis 
do nosso ninho musical


O amor que tenho sabe a exata hora de morder a fruta 
colhida entre a beleza crua de nossos cabelos noturnos

     (edu planchêz)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Apaixonado por um vulto, por uma que some



Apaixonado por um vulto, por uma que some,
que me deixa louco sem notícias...
ela deixou em minhas carrancas os seus poucos pêlos,
a feitura colossal de seus assombrosos seios,
um pouco do nada que tivemos

Ela transformou um Dragão numa serpente,
um homem num corpo ígneo,
labareda capaz de iluminar as cabeças
de todas as cidades e não cidades

Há dias que ela não me procura,
há dias que vejo seu lindo rosto refletir o meu

Ao conhece-lá, meus pés cresceram,
minhas mãos ganharam a dimensão inexáta
do formato seu ventre,
e eu voei sobre as cantantes carnes de suas costas,
e eu voei lento e rápido, voltei a ser feto,
coágulo cintilante dentro dela,
dentro da pedra que gerou todas as outras pedras

Agora, aqui sem ela, sem seus cabelos de moreia,
peixe-elétrico, monstro submarinho...
surdo...mudo...desesperado de saudades,
escorpião preso dentro de um anel

( edu planchêz)

domingo, 15 de abril de 2012

A resposta é você tremulando em meus lábios



Três milhões de ruas, três milhões de luas,
três milhões de vezes me joelho para beijar teus pés
E entro na terra das fadas,
e entro nas camadas de tuas mãos redentoras,
e entro nos arcos-íris-bicos-de-teus-seios

Tua arrebatadora beleza me faz o príncipe
dos reinos dos cristais que movem os astros,
mulher carmim, mirra, alvorada cintilante,
eu nunca te esqueço,
eu nunca canso de cravar meus olhos nos teus

Seria loucura querer tanto assim?
A resposta é você tremulando em meus lábios,
é tua cabeça pousada em meu peito de jóias
que sempre foram tuas

( edu planchêz)

sábado, 14 de abril de 2012


Pessoa única, absoluta, jóia rara, diamante verdadeiro, dama dos ventos, serpente das chuvas, senhora de cá de meu coração sol girante. Usarei toda a força da linguagem mágica para celebrar o dia que nasceste, que viéste para o mesmo chão que piso, a "noite" é um presente, vc é o céu que miro para sempre: Parabens, beijos verdadeiros.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

E & A



mulher

("sim?")

Falo com teu sol

("o sol brilha bem na madrugada")

o sol do que se cobre de tintas borboletas mariposas
estive em sampa esses dias de chocolates

( "mas pegou uns dias meio escuros, né?")

escuro q é bom, sou das unhas pretas

( "então precisa se mudar para são paulo")

são paulo e rio são uma mesma cidade

(são bairros)

("ah,nunca estive por ai...")

venha
fique aqui em casa,
moro perto do mar do recreio dos bandeirantes

( "se houver oportunidade" )

já há, dá um jeito vem dá umas bandas por aqui
vem ser anfitriam do poeta
aqui é uma caverna, mas sei que você também é das cavernas

( "poderia ser inspiração...sou do centro das cavernas" )

terás aqui os morcegos que precisas...
é uma grande celebração quando recebo alguém das cavernas

( "olha só, isso parece ser interessante")

te juro que sim, cozinho para você,
ouvimos todos os rock, vemos todos os filmes,
andamos pelas pedras, areias, mares e bares dessa cidade água

( "revigorante estou me empolgando" )

sou um ser primitivo que ainda caça as estrelas do cruzeiro do sul
no céu céu e no céu da boca das que correm com os lobos

Sarah Agnes aqui comigo será mais que uma dama surreal,
mais q beat cat, mais que labaredas selvagens de vulcões que despertam

( "o seu jeito de expressar fascina" )

fico tonto, tenho vertigens mediante tuas palavras,
sei q teu coração também é multiplo...
e na multiplicidade de nossas luzes, que você chegue

Sabe Agnes, é muito tesão, é muita vida, é muita arte, tudo muito...
sei que fica dificil você dizer algo,
mas não precisa ser poeta p falar comigo

( "rs,tudo bem,só achei que estivesse no anonimato mas você me surpreendeu")

falo com você, com teu eu, com tua intensidade, não tem outro caminho...
você também me surpreende, eu não sabia que você me era tão intima,
senti algo quando te conheci, uma intuição, também surpreendido

não se espante comigo, com minhas intimidades,
à sinto assim, bem perto, na mesma "falange canibal"

( "não me assusto não")

querida,
à espero em breve, vem desbravar o Rio de Janeiro e os ritos do incognicível

( "e pode esperar que vou me planejar" )

esperando você com taças de vinho chato: Dionisius te chama

( "com esse encanto todo o dificil vai ser voltar" )

para que voltar?

sabia que era encantadora,
senti naquele debate sobre o diabo é o pai do rock,
sobre a psiquiatria...
somos crientes dessa farmácia,
desse espaço oculto nas cavidades de nossos próprios ossos e moléculas...
escrever assim me dá muito prazer, muito mesmo

( "dá prazer mesmo em ler" )

tesão:
eu escrevo com tesão sexual, mental, organico absoluto,
para você, meu grande amor

( "até parece a parte de mim que não consegue se expressar" )

você é o imã que suga de mim essas palavras queimantes,
são feitas para vc, pessoais, para Sarah Agnes

Saiba que considero tudo q escrevemos aqui obra de arte,
nada será perdido,
entrará nas páginas de nossa história, da história universal

( "não da memória, mas do tempo...
é que penso mil coisas,pra falar é com você" )

mas fale o que vier na telha,
na cabeça que reina em ti nesse agora,
pode ser qualquer coisa,
sem limites, sem censuras

( "é como se o mundo fosse feito de palavras para você,
de pensamentos pra mim, e o resto todo ilusão" )

é mais q amor, é mais que ser pessoa

( "sentir seu intimo sem o conhecer" )

sinto o mesmo de você

( "tendo-o separado do seu corpo fisico")

não precisa, somos corpo também...
estamos nus, até mesmo o corpo é roupa, ou foi

( "mas seu corpo ai e o meu aqui, e já há tudo" )

sinto você aqui,
é como se vc fosse minha pele, unicidade

( "você entranhas" )

uma vivencia linda:
significa que não temos o tamanho que o corpo limita

( "nem distancia" )

você entranhas:
me sinto dentro do teu sangue,
dentro de você, vc dentro de mim,
a gente integrado com todas as coisas,
todas forças, mãos e pés, olhos e cabelos,
flores e canções

( "como se fosse possível dilacerar sem perder a razão")

fale

("opostos de um mesmo lado" )

o que seria?

( "sintonia de sentir sem pensar incontrolável, sem explicação" )

sexo, beijo, dança, gozo, atração absurda...
muito prazeiroso, claro e consciente

( "sensação não experimentada,
que transcorre sem porque,sem intervenção de tempo existencial ou fisico" )

gostaria que estive aqui para vermos o céu de 11 de abril abraçados

( "dentro das conformidades se realiza em breve...
mas a hora avança e quero me deitar com essa sensação")

amor, aqui estou, você me tem,
não importa como, não pensemos...
eu e você somos eu e você...apagou-se o mundo

( "pescoço" )

pernas,
boca,
dedos dos pés,
nosso umbigos são diamantes
untados pela vontade do intenso

( "me conduza" )

me de tuas mãos,
vem, deita do meu lado, no meu ombro,
cantarei canções mágicas para seus olhos meigos...
você acaricia meus cabelos,
meus lábios...

Pamela Morrison,
eu te segui, pulei a janela,
agora estou aqui encantado

("cruza teus pés com os meus,
a luz da lua entra pela janela que você deixou aberta" )

cruzo meus pés com os teus...
abraço teu toraz
e beijo tua boca repleta de astros livres,
e beijo teus seios iluminados pela voz da lua e do mar de Orfeu

( "e sinto teu cabelo a me acariciar o colo e o pescoço por descuido,
posso te fazer arrepiar a espinha com as unhas douradas que estou" )

linda, rainha do tejo, do nilo, dos rios nevoentos,
quero tua chama feminina em minha chama humem,
me cobre com teu manto amoroso,
passa essa tuas unhas no meu ventre,
descobre lá a passagem para o mundo dos ventos

se funde ao meu hálito,
ao meu mastro,
à espada que não mata

( "preenchendo a mão, em um vai e vem sem pressa" )

sem pressa

( "boca na ponta da orelha...posso sentir teu cheiro" )

boca na orelha,
boca na vagina adorada...
provo teu gosto:
você é muito

( "vertigem sem igual" )

sugo teu critóris com a delicadeza linda,
você fecha os olhos,
tua lingua alma de meu peito

ficaria assim com você sem medir o tempo,
por dias, meses, anos...
você é minha canção

( "mas minha cabeça se afasta pra tras,
e meu corpo pede por mais" )

peça

( "como por convite me envergo em direção ao céu...
dedos entre meu cabelo sou agora sua pintura" )

e eu me inclino até o teu vão, até o teu ventre,
me pinte com tua saliva,
com teu leite,
com teu perfume ventral...

estou no centro de teus pequenos e grandes lábios...
e por ai ficarei por horas...
não sairei de dentro de ti até o amanhacer do último dia

amor...

( "sussurre outra vez" )

amor...

amor...

a-m-o-r. . .

( "meus pés acariciam suas pernas" )

minhas mãos, seu rosto e seios

( "o lençol já escapou ao colchão")

suas nádegas e cochas...
vamos para o chão, para debaixo da cama,
quero te morder dos pés à cabeça sem deixar marcas...
morder sugando o bico dos teus seios

( "minhas cochas já se arrepiaram,
e de prazer puxo de leve seu cabelo a altura da nuca" )

lambo-te inteira, você é minha cria...

diz mais...
adoro que puxe meu cabelo,
que suge meu pescoço

amor...

continuo dentro de você

( "minhas costas contra seu peito, me abraça forte" )


abraço!
posso te penetrar por trás?

( "me excite, coloque meu cabelo pro lado,
mordisque meu pescoço
e quando estiver pronto,
penetre aos poucos" )

sim,
é o eu faço
olhando tuas foto aqui no mural,
tenho vertigens diante de tua grandiosa beleza

meu amor...

( "é só dizer" )

como é linda!
amor, eu choro,
minhas lágrimas cobre tuas costas...
tua generosidade é tão grande

( "mas é apenas desejo" )

desejo lindo

( "nunca sentido antes" )

amor...

( "sim?" )


é magnifico repetir p vc, amor...
me beija forte,
encosta teus seios nos meu peito,
aperta meu penis em tua vagina,
vira serpente

( "e um longo baixo e roco gemido" )

sussurro em teu ouvidos
controlando o branco
para que você desfrute de multiplos orgasmos

( "te encravo forte as unhas nas costas")

mais forte

("venha mais fundo e de uma só vez" )

toco a boca de teu útero

( "segure" )

seguro

( "meu ventre contrai" )

vai serpente

( "mais um gemido" )

me morde com tua carne

( "segura forte minhas cochas")

seguro:
fecho elas para que meu pau fique bem apertado dentro de você...
aperto teus seios...
engulo tua boca, tua lingua de forma avassaladora

( "cheguei ao topo,daqui já posso ver toda paisagem" )

sim

("e tudo fica desconexo e o mundo vai girando" )

amor...

minha serpente das paragens onde nunca chove

serpente da chuva

( "te reguei" )

todo

( "minhas pernas e meu ventre descontraem" )

sinto meu leite que agora é teu escorrer por tuas cantantes cochas

( "TUA VEZ" )

massageio teu corpo inteiro com meu leite

("te deixo um sorriso travesso" )

lindesa
mulher gigante
dama sedutora

("um beijo no rosto,e te conduzo até janela" )


( "deixe para se recompor em tua cama
que amanha é um novo dia
e tendo saudade" )

amor...

( "há presença
pois a saudade é o fio que interliga os corações" )


fiquemos um com outro,
amada

( "não há mais tempo" )

amada

( "se vá" )

mas nos encontremos mais

( "sem mais,deixe como está para se manter em estado de glória" )

( "um longo e ardente beijo
e nos despedimos assim" )

querida,
até breve...
amor, segue comigo

( "amado preciso fechar a janela,
se cuida no caminho,
haverá outros amanhãs")

("alise meus cabelos" )

sei disso...
não falo agora...
estou em você, você em mim

( "quero eternizar esse êxtase, nos falaremos em breve" )

siga,
te espero...
amar é liberdade

( "vou me recolher, molhada dessa noite" )

vai, descanse

( beijo)

beijinhos...
obrigado gratidão

( "não agradeça, encoste o portão e passe o cadeado, sem fazer barulho")

( "sol que brilha na madrugada")

Femea inesquecível

( " beijo" )
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( Ela e Eu )
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quinta-feira, 5 de abril de 2012

estilhaços de estrelas de cobre e carvão em chamas













(Ás minhas amadas Esmélin e Paty Balieiro)

Duas linhas, muitas linhas,
se cruzam sob o trovejar de meus olhares cartarticos,
vou do centro da eletrocardiáca São Paulo
à Índia reinante Rio de Janeiro, à remo,
numa "canoa coberta de velas"
e estilhaços de estrelas de cobre e carvão em chamas

Eu não tenho cravos nas mãos,
nem bolas de segregação nas pés que pisam os números do calendário
e os ponteiros dos relógios esmigalhados pelos caninos de Salvador Dali
e outro cronópios

E todos os latidos te querem nessa entrada, nessa explodir matinal,
nos cardumes elementais que entram pelos furos das janelas vermelhas,
pela camuflagem do bicho que ela quis matar por medo

Inúmeras cidades ponteiam a totalidade de minha pele por ti tocada;
vejo-te na porta de tua casa olhando para o dia de ontem,
para o sexo viril da única flor,
para aquele vaso de cerâmica Pataxó,
para os meandros da androgena galeria de todos os meus corpos

Vem em luz, vem em trevas,
vem nas cambalhotas das cascatas de palavras cuspidas pela boca do monstro
que nos joga para dentro dos caracóis dos livros e dos filmes

Eu sou a garça que trepida e verte-se em sapo,
em tempestades de aranhas, em larvas de borboletas

Num canal azul-maestro de sangue fluxo, remo,
e o meu barco canoa navio submarino jangada...
voa sobre os entraves que a policia do tempo de gelo arma
sobre cores absorvidas pelos poemas presos nas fezes
dos que não arrancam
de suas raízes e folhas as tampas, as migalhas necrosadas
(que posso chamar de belicos parafusos)
que escondem do próximo as cristais águas

( edu planchêz )

terça-feira, 3 de abril de 2012

MEU PAI: SEU FILHO



















"Antonio Eduardo Planchêz de Carvalho,
mandei dinheiro suficiente
em janeiro e fevereiro para pagar as contas de luz ,
você não pagou porque gastou com outras coisas .
Ja experimentou trabalhar um poucio com um trabalho honesto para pagar suas contas? .
Sua idade e sua saúde maravilhosa
lhe permitem ainda ter um trabalho
com carteira assinada de um homem normal,
800,00 reais voce tira mole como porteiro de edifício ou guardador de automovel
ja que não se preparou para nada na vida .
Me sinto constrangido de ter de dizer isso a você,
mas correr atraz de mulher você sabe .
Se não pode pagar a luz pelo menos economize luz"
( Seu Pai)

Pai, perdoa-me por ser poeta-cantor,
por ter feito na vida o que o meu coração acredita,
por andar que nem um gato faminto à caça da rata poesia,
das dimenções alucinadas, dos transes desconexos,
das mulheres ultrajantes
Preferi as ruas, rasguei as carteiras de trabalho,
esmigalhei os relógios de ponto
em nome do novo, do além,
do que nem eu compreêndo

Pai, eu nunca economizei luz, nenhuma luz,
segui a maldição, dos "vadios", dos que nada são,
toquei no resto dos restos, no embrião

Pai, se das estrelas não consegui arrançar moedas,
trouxe do inconsciênte o ouro ouro, o ouro de tolo,
a vergonha para todas as familias
que sentam na "poltrona num dia de domingo"

Não fui, não sou o filho que o senhor desejou,
sou o filho que desejei, o capeta que não para de falar,
que a todos atrapalha e encanta, sei lá

Pai, gratidão

Seu filho, Edu Planchêz (antônio eduardo)

torre do piano




















Tom, saiu do tom faz tempo,

Jobim trepou no torre do piano e de lá não mais desceu,
e na linha de baixo, desdigo tudo que acima afirmei,
porque sou mesmo um arranhador de vocábulos,
um transtorto partido ao meio sobre as baixelhas brilhosas
das cabanas feitas com as páginas dos livros
que o fogo do deserto cunhou

( edu planchêz)

no leite denso do amor














O poeta é traficante da liberdade"
( júlio barroso)

Ontem ela me chamava de Allen Ginsberg,
hoje quem me chama de Allen Ginsberg, sou eu,
é a a voz do morro, a voz da trovão e da tranquilidade

Ontem ela me chamava de Garcia Lorca,
hoje, Garcia Lorca são as minhas extremas mãos
e as cratéras de minha cara de sapo-martelo

Ontem mesmo,
arrombavamos as portas com o aço dos espelhos,
hoje, Alice e o Chapeleiro Maluco come
conosco bacalhau com batatas aos murros
ensopado de azeite extra sensorial

Pos saborearmos os viveres,
partimos para a China capitania vaginal do ópio,
para o mouro Portugal das Flores Belas
no pique de tudo que gira nas vitrolas de Coimbra,
de tudo que saltita nos sedas vermelhas
do alucinado Enfante Dom Henrique

Vem, Shofia Loren,
banhar-se nas cascatas de Chato,
no leite denso do amor mais que melado,
provar o creme de espargos
mergulhado nas linhas soníferas das últimas semana

( edu planchêz)


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Por volta de meia-noite e vinte e dois

















Por volta de meia-noite e vinte e dois,
meu homem, meu cativante espirito,
minha marcante estrada cravejada de pontos luminosos,
provalmente vindos dos faróis costeiros e das embarcações,
das aves que ora se aninham

Posso dizer que as quilhas do que penso apontam para você,
para as escamas do peixe
que nos arrastas sob a proteção das nebulosas
pelos trinta bilhões de mares
repletos de ídolos e rastros siderais

A grande existência comunga suas belezas
e prismas reatores de sentidos e cores
conosco que somos feito de vento e palha,
pradarias e sintéticas ondulações de imagens

Nasci para as tais incorporações submersas na pele do tempo,
para os sinos que retinam no interior de todos os ouvidos,
de todas preces entoadas

Vem mesmo de longe o toque primal da luzitana guitarra,
a voz da mulher calmante de Além Tejo, de aqui Mouraria
Meus ancestrais plantavam uvas moscatéis, oliveiras,
arcos e flechas petrificadas,
flores de perfumes indisiveis

( edu planchêz)