terça-feira, 3 de abril de 2012

no leite denso do amor














O poeta é traficante da liberdade"
( júlio barroso)

Ontem ela me chamava de Allen Ginsberg,
hoje quem me chama de Allen Ginsberg, sou eu,
é a a voz do morro, a voz da trovão e da tranquilidade

Ontem ela me chamava de Garcia Lorca,
hoje, Garcia Lorca são as minhas extremas mãos
e as cratéras de minha cara de sapo-martelo

Ontem mesmo,
arrombavamos as portas com o aço dos espelhos,
hoje, Alice e o Chapeleiro Maluco come
conosco bacalhau com batatas aos murros
ensopado de azeite extra sensorial

Pos saborearmos os viveres,
partimos para a China capitania vaginal do ópio,
para o mouro Portugal das Flores Belas
no pique de tudo que gira nas vitrolas de Coimbra,
de tudo que saltita nos sedas vermelhas
do alucinado Enfante Dom Henrique

Vem, Shofia Loren,
banhar-se nas cascatas de Chato,
no leite denso do amor mais que melado,
provar o creme de espargos
mergulhado nas linhas soníferas das últimas semana

( edu planchêz)


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